quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Que efeitos a Guerra Fria causou na África e no Oriente Médio?

''No presente momento é suficiente dizer que planejamento tornar o governo impossível.  Aqueles que não podem votar não podem continuar pagando impostos para um governo que não se responsabiliza por eles. Gente que vive na pobreza e passando fome não pode pagar aluguéis exorbitantes para o governo e as autoridades locais.
                    Nós fornecemos a força para a agricultura e a indústria. Nós fazemos o trabalho nas minas de ouro, de diamantes e de carvão, nas fazendas e na indústria, em troca de salários miseráveis. Por que deveríamos continuar a enriquecer aqueles que roubam o produto de nosso sangue e suor?
 [...]

         Que africano não queima de indignação quando milhares de homens de nosso povo são mandados para as prisões todos os meses, sob as cruéis leis do passe? Por que deveríamos continuar a carregar estas marcas da escravidão? A não colaboração é uma arma dinâmica. Precisamos dizer não. Precisamos usá-la para mandar o governo para o túmulo. Ela precisa ser utilizada com vigor e sem demora.
[...]

           Fui informado de que um mandado de prisão contra mim foi expedido e que a polícia está à minha procura [...] Não vou me entregar a um governo que não reconheço. Qualquer político sério irá perceber que [...] entregando-me à policia é ingênuo e criminoso. Temos a nossa frente um importante programa a cumprir e é importante levá-lo a cabo seriamente, sem nenhuma demora.
      Escolhi a última alternativa de ação, que é a mais difícil e envolve mais riscos e provações do que ficar sentado em um cárcere.  Fui obrigado a me afastar de minha mulher e meus queridos filhos, de minha mãe e minhas irmãs, para viver como um fora-da-lei, em meu próprio país. Tive de fechar meu escritório e viver na pobreza e na miséria, como fazem tantos de nosso povo.
[...]

      Vou lutar contra o governo lado a lado com vocês, centímetro a centímetro, quilômetro a quilômetro, até que a vitória seja alcançada. E vocês, o que irão fazer? Vão seguir junto conosco ou vão cooperar com o governo, em seu esforço para acabar com as reivindicações e as aspirações de nosso povo? Ou vocês vão ficar em silêncio e neutros em uma questão de vida ou morte para o meu povo, para o nosso povo?
      De minha parte, já fiz a escolha. Não vou deixar a África do Sul nem vou me render. Apenas enfrentando o sofrimento, o sacrifício e por meio da militância, a liberdade pode ser conquistada. A luta é a minha vida. Continuarei lutando pela liberdade até o fim dos meus dias.''
                       Nelson Mandela,26 de junho de 1961.
                                   Escrito no interior da África do Sul e publicado em Londres.
                      MANDELA, Nelson. A luta é minha vida. Rio de Janeiro:Globo,1988.p.174-6

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Curiosidades na Idade Média

A Idade média é dividida em Alta Idade Média (do século V ao X) e Baixa Idade Média (do XI ao XV).
O modo de organização social e político da Idade Média é conhecido como Feudalismo. A economia é baseada no trabalho servil, agricultura de subsistência e escambo. O comércio é quase inexistente.
Muitos Estados modernos como Dinamarca, França e Portugal surgiram durante a Idade Média. A Espanha era dominada pelos mouros.
As grandes propriedades rurais pertenciam aos senhores (chamados de mansos senhoriais). Aos servos, cabia apenas um lote para a agricultura de subsistência. Parte das terras dos senhores era doada à igreja.
Uma curiosidade interessante: feudo é, na verdade, o nome que se dava às trocas feitas na época.
As vilas em torno dos castelos dos senhores eram extremamente pobres, pequenas e povoadas por 60 pessoas em média.
Os servos só podiam utilizar as instalações do castelo do senhor de terras (que comumente chamamos de “senhores feudais) mediante o pagamento de uma taxa.
A floresta pertencia a todos e era praticamente uma área livre. O detalhe é que somente os senhores podiam caçar os grandes animais – aos servos restavam esquilos e coelhos.
Na mesa, as pessoas comiam normalmente com as mãos. Até o início da Idade Moderna, era comum os convidados de um jantar levarem a faca de casa para cortar o alimento.
Banhos? Os banhos estavam longe de serem diários (era um por ano, que tal?). As pessoas se banhavam em uma tina e o primeiro a se lavar era o chefe da casa.
Era mais seguro tomar vinho e cerveja do que água, fornecida por rios e riachos das imediações.
Mosteiros de várias ordens religiosas da Idade Média eram cercados de videiras. Os monges costumavam produzir e consumir o próprio vinho - talvez por que fosse mais seguro do que a água de péssima qualidade que se bebia na época. Aliás, durante a Idade Média, o vinho era usado como analgésico e anti-séptico.
Na Idade Média, os gatos pretos eram vistos como bruxas transformadas em animais. Não demorou  para serem perseguidos pela Inquisição.
A Inquisição foi uma espécie de tribunal religioso criado na Idade Média (século XII) e dirigido pela Igreja Católica Apostólica Romana. Foi fundada pelo papa Gregório IX em 1231 com o objetivo de reprimir e castigar tudo o que fosse considerado heresia pela Igreja.
Conta-se que a Inquisição foi criada inicialmente com o objetivo de combater os cátaros (ou albingenses), uma seita cristã com forte influência no Sul da França e Norte da Itália.
As punições da Inquisição iam da privação de “benefícios espirituais” e prisões, do confisco de bens e morte na fogueira.
Na Idade Média, acreditava-se que o inferno possuía infraestrutura e o diabo, diversos assessores, entre eles Nergal (demônio que comandava a polícia), Astaroth (tesoureiro do inferno), Abramalech (responsável pelo guarda-roupa de Lúcifer) e Baalberith (secretário de Lúcifer).
Pazuzu é um antigo demônio assírio, filho do deus Hambi. Na Idade Média, era considerado o rei dos espíritos malignos. É Pazuzu quem atormenta a menina no filme O Exorcista.
A maior parte das perseguições às bruxas não ocorreu, ao contrário do que se diz por aí, durante a Idade Média, mas no início da Idade Moderna ( do final do século XIV ao início do século XVIII).
Venerava-se quase tudo que tivesse relação com os mártires (santos) da igreja e com Jesus. A obsessão por relíquias cristãs durante o período medieval permitiu o surgimento de inúmeras falsificações. Qualquer objeto que tivesse relação com a história e o corpo de Jesus era reinvindicado pelas comunidades religiosas. A manjedoura era propriedade da Igreja de Santa Maria Maior, em Roma. A Basílica de São João Latrão, também em Roma, dizia ser proprietária do umbigo sagrado e prepúcio divino. O chicote que supostamente teria açoitado Jesus estava na Basílica de São Bento, na cidade italiana de Subiaco. Isso sem contar os espinhos da coroa, que estavam espalhados por centenas de lugares diferentes.
A medicina era quase inexistente. Quem normalmente fazia cirurgias eram os barbeiros. Um dos procedimentos mais comuns do período era a sangria, tratamento que retirava o “excesso de sangue” (chamado de pletora) do organismo.
A peste negra, epidemia que assolou a Europa no final da Idade Média foi tão devastadora que 1/3 da população européia do século XIV foi dizimada no curto período de quatro anos, entre 1347 e 1351.
Dos 140 monges de um convento em Montpellier, na França, apenas sete sobreviveram à peste. Aliás, o medo do contágio era tamanho que o papa suspendeu a extrema unção aos mortos.
Ninguém suspeitou que a peste negra tivesse relação com a morte de milhares de ratos. Acreditava-se que ela era provocada pelo “ar ruim”, contra o qual receitava-se aspersão de água de rosas e queima de ervas.
Para variar, a epidemia acabou provocando xenofobia e aumentando o preconceito religioso. As cidades eram fechadas para os forasteiros e os judeus e muçulmanos acusados de propagarem a doença. Dezenas de comunidades judaicas foram atacadas e milhares de judeus afogados ou queimados.
Na Idade Média, as pessoas dormiam nuas. Quer dizer, nem tão nuas assim: elas usavam gorros para se protegerem do frio. Marido, mulher, filhos e mesmo as visitas compartilhavam o mesmo leito.
O sexo era considerado pecado. O namoro, então, era praticamente inexistente. As uniões eram arranjadas e o noivo e a noiva da nobreza se conheciam no dia do casamento – antes disso, só podiam se conhecer através de retratos pintados à óleo.
As meninas se casavam logo após a primeira menstruação e os meninos, com a idade aproximada de 18 anos. A família da noiva costumava pagar um dote a do noivo.
Ainda em relação ao sexo: a homossexualidade era proibida e passível de pena de morte. A prostituição também era condenada, apesar de… acredite, metade do lucro das prostitutas ia para o clero.
Mais uma sobre o sexo: o cinto da castidade foi inventado durante a Idade Média.
Acredite se quiser, mas um dos locais mais animados do período era o cemitério. A população passeava, brincava e dançava entre os túmulos. Também era possível fazer compras (o açougueiro era apenas um dos comerciantes a dispor sua mercadoria sobre os jazigos) e participar de diversas cerimônias públicas. Os cemitérios serviam ainda para juízes comunicarem sentenças, padres darem o sacramento, pregadores intinerantes exortarem o povo ao arrependimento, prefeito informar suas medidas e, claro, de vez em quando alguém ser sepultado.
Uma das figuras mais emblemáticas do período medieval é a do cavaleiro. Os cavaleiros geralmente pertenciam à nobreza. Começavam a ser iniciados aos 7 anos e aos 10, começavam a servir aos senhores “feudais”. O reconhecimento como cavaleiro só acontecia aos 20 anos. O ritual da sagração ocorria num combate simulado durante uma festa. Durante as cruzadas, os cavaleiros se transformaram em defensores da fé contra infiéis e hereges.
As conhecidíssimas cruzadas ocorreram durante a Idade Média. Foram 9 cruzadas, a primeira em 1096 e a última, em 1272.

Por falar em cruzadas, você já ouviu falar na Cruzadas das Crianças? Pois reza a lenda que em 1212 cerca de 40 mil crianças foram encaminhadas a Jerusalém a fim de conquistar a cidade para os cristãos mas… a maioria morreu ou foi escravizada no caminho.

sábado, 21 de abril de 2012

Guerra da Secessão


Na verdade considero esta guerra como fundamental para as pretensões norte-americanas. Ela dividiu o país em norte e sul e, fala sério, se o sul, agrícola, vencesse o norte (tendência a industrialização) a história dos Estados Unidos seria completamente diferente do que possui hoje, aliás, não em termos históricos mas principalmente em questões de desenvolvimento, ideologia e tecnologia.


INTRODUÇÃO : A INDEPENDÊNCIA
A criação de uma República Presidencialista e Federalista, pela constituição norte-americana de 1787, concedia autonomia para cada Estado decidir por seu destino em vários aspectos, inclusive no tocante à mão-de-obra. Nesse sentido, nem a independência dos Estados Unidos e nem a Constituição, irão alterar a condição de vida da população negra nos Estados sulistas, que permanece majoritariamente escrava.


Essa estagnação do sul (atual sudeste), representada por uma economia agro-exportadora com base no latifúndio escravista, contrastava-se cada vez mais com o desenvolvimento do norte (atual nordeste), industrial e abolicionista, tornando-se num futuro próximo, um entrave para o desenvolvimento capitalista dos Estados Unidos.

ANTECEDENTES DA GUERRAintenso crescimento territorial dos Estados Unidos na primeira metade do século XIX, acompanhado de um rápido aumento da população, com muitos imigrantes europeus atraídos pela facilidade de adquirir terras, tornava ainda mais flagrante, o contraste entre o desenvolvimento do norte e o atraso do sul.


No norte, o capital acumulado durante o período colonial, criou condições favoráveis para o desenvolvimento industrial cuja mão-de-obra e mercado, estavam no trabalho assalariado. A abundância de energia hidráulica, as riquezas minerais e a facilidade dos transportes contribuíram muito para o progresso da região, que defendia uma política econômica protecionista. Já o sul, de clima seco e quente permaneceu atrasado com uma economia agro-exportadora de algodão e de tabaco, baseada no latifúndio escravista. Industrialmente dependente, o sul era franco defensor do livre-cambismo, caracterizando mais um contraponto com a realidade do norte.
Acordo de Mississipi em 1820 proibia a escravidão acima do paralelo 36o40'. Em conseqüência, o presidente Monroe, que assinara o tratado, foi homenageado com a denominação de "Monróvia", para capital do Estado da Libéria, fundado na África em 1847, para receber os escravos libertados que quisessem voltar à sua terra. Em 1850 foi firmado o Compromisso Clay, que concedia liberdade para cada Estado da federação decidir quanto ao tipo de mão-de-obra.
Em 1852, Harriet Beecher Stowe publicou a romance abolicionista A Cabana do pai Tomás, que vendeu 300 mil cópias só no ano de sua edição, sensibilizando toda uma geração na luta pelo abolicionismo. Dois anos depois surgia o Partido Republicano, que abraçou a causa do abolicionismo.
Em 1859, um levante de escravos foi reprimido na Virgínia e seu líder John Brow foi enforcado, transformando-se em mártir do movimento abolicionista. No ano seguinte, o ex-lenhador que chegou a advogado, Abraham Lincoln, elegeu-se pelo novo Partido Republicano. O Partido Democrata, apesar de mais poderoso, encontrava-se dividido entre norte e sul, o que facilitou a vitória de Lincoln, um abolicionista bem moderado que estava mais preocupado com a manutenção da unidade do país. Em campanha Lincoln teria afirmado que "Se para defender a União eu precisar abolir a escravidão, ela será abolida, mas se para defender a União eu precisar manter a escravidão, ela será mantida". Apesar da questão do escravismo ser apenas secundária para Lincoln, o mesmo era visto pelos latifundiários escravistas do sul como um verdadeiro revolucionário.
Sentindo-se ameaçados pelo abolicionismo, em 20 de dezembro de 1860 iniciava-se na Carolina do Sul um movimento separatista, que seguido por outros seis Estados, reuniu-se no Congresso de Montgomery no Alabama, decidindo pela criação dos "Estados Confederados da América". A secessão estava formalizada com um novo país nascendo no sul. Os estados do norte e do Oeste reagirão dizendo que o sul não tinha o direito de separar-se e formar um outro país. Iniciava-se assim em 1861 a maior guerra civil do século XIX, a Guerra de Secessão, também conhecida como "Guerra Civil dos Estados Unidos" ou ainda como "Segunda Revolução Norte-Americana", que se estendeu até 1865 deixando um saldo de 600 mil mortos.

A GUERRAEnquanto o sul possuía apenas 1/3 dos 31 milhões de habitantes do país, dos quais mais de três milhões eram escravos, e contava apenas com uma fábrica de armamentos pesados, o norte já contava com pelo menos três fábricas de armas bem mais modernas, um sólido parque industrial, uma vasta rede ferroviária e uma poderosa esquadra. Mesmo com esse contraste totalmente desfavorável, foi o sul que lançou a ofensiva, criando uma nova capital - Richmond - e elegendo para o governo Jefferson Davis, que a 12 de abril de 1861 atacou o forte de Sunter.
Se inicialmente o conflito mostrava algumas vitórias do Sul, que instituiu o serviço militar obrigatório e convocou toda população para a guerra, com o prolongamento do conflito, o norte ia consolidando sua vitória.
Para fortalecer o norte, Lincoln extinguiu a escravidão nos Estados rebeldes em 1862 e prosseguiu incentivando o expansionismo, através da promulgação do Homestead Act, que fornecia gratuitamente 160 acres a todos aqueles que cultivassem a terra durante cinco anos. No mar o norte também demonstrava toda sua supremacia com os couraçados, modernas embarcações que surgiram nessa guerra e foram responsáveis pelo decisivo bloqueio naval imposto sobre o sul.
A abolição efetiva da escravidão só ocorreu em 31 de janeiro de 1865. Após três meses, o general sulista Robert Lee oficializava o pedido de rendição ao general nortista Ulisses Grant. Alguns dias depois o presidente Abrahan Lincoln era assassinado pelo fanático ator sulista John Wilkes Booth.
A Guerra de Secessão é considerada a primeira guerra moderna da história, fazendo surgir os fuzis de repetição e as trincheiras, que irão marcar de forma mais acentuada, a Primeira Guerra Mundial entre 1914 e 1918. As novas técnicas tornam obsoletos o sabre e o mosquete, fazendo da a luta corpo a corpo uma forma de combate cada vez mais inútil.

DESDOBRAMENTOSCom um saldo de 600 mil mortos e o sul devastado, a guerra radicalizou a segregação racial surgindo associações racistas como Ku-Klux-Klan, fundada por brancos racistas em Nashville no ano de 1867, com o objetivo de impedir a integração dos negros como homens livres com direitos adquiridos e garantidos por lei após a abolição da escravidão. O traço característico de seus membros era o uso de capuzes cônicos e longos mantos brancos, destinados a impedir o reconhecimento de quem os usava. A intimação contra os negros atingia também em menor escala brancos que com eles se simpatizavam, além de judeus, católicos, hispânicos e qualquer indivíduos contrário à segregação racial. A prática de terror dava-se desde desfiles seguidos por paradas com manifestações racistas, até linchamentos, espancamentos e assassinatos, passando ainda por incêndios de imóveis e destruição de colheita.
Com o término da guerra, a recuperação econômica dos Estados Unidos foi fulminante, sendo facilitada pela abundância de recursos naturais e por uma extensa rede de transporte fluvial e ferroviário, já estava presente nos Estados Unidos desde o final do século XIX, quando surgiram gigantescos conglomerados, representando o processo de concentração industrial mais conhecido como truste, que criou verdadeiros oligopólios atuando nos mais variados setores da indústria de bens duráveis de consumo, como aço, petróleo e borracha, destacando-se aFord, a General Motors e a Chrysler, como também a Firestone e a Goodyear.
O expansionismo da economia norte-americana pelo mundo, tornava-se cada vez mais inevitável sob a ótica da nova etapa que caracterizava o capitalismo no final de século XIX: o imperialismo, que nos Estados Unidos foi evidenciado pela política do Big Stick - "Fale macio, carregue um grande porrete e irá longe" - adotada pelo presidente Theodore Roosevelt em 1901. Na América Central o intervencionismo norte-americano evidenciava-se com construção do canal do Panamá, visando a ligação do Atlântico com o Pacífico, e com uma emenda na constituição de Cuba (emenda Platt), que assegurou aos Estados Unidos o direito de intervir na recém independente nação caribenha. Destacam-se posteriormente outras intervenções, como na República Dominicana (1905), na Nicarágua (1909), no México (1914), no Haiti (1915), além da compra das Ilhas Virgens Ocidentais à Dinamarca em 1916.
Considerada a maior guerra civil do século XIX, a Guerra de Secessão foi vital para o desenvolvimento capitalista dos Estados Unidos, pois somente com o seu término criou-se no país um mercado unificado, baseado no modelo industrial nortista, representando assim, o primeiro grande passo para o avanço capitalista, que levará os Estados Unidos à condição de principal potência hegemônica do mundo no século XX.


fonte: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=361



domingo, 15 de abril de 2012

Guerras Médicas



Durante os séculos VI e V a.C., a civilização persa viveu um processo de ampliação territorial graças à ação militar de vários de seus reis. Ciro, Cambises e Dario I empreenderam a anexação de diversas áreas da Ásia Menor, até se aproximar de cidades formadas pelos gregos. Inicialmente, a relação entre os povos da Grécia Asiática e os persas foi marcada por uma relativa estabilidade. Contudo, a adoção de uma política de exploração deu início a uma série de conflitos que inauguraram as Guerras Médicas. 
Em um primeiro momento, entre 500 e 494 a.C., algumas cidades jônias resolveram se rebelar contra as imposições persas com o apoio militar dos atenienses. Logo em seguida, Dario I decidiu organizar tropas que invadiram a Grécia Continental com o objetivo de rebater a ofensiva ateniense. A primeira tentativa dos persas, ocorrida em 492 a.C., foi frustrada com um forte temporal que atingiu parte dos navios persas. No entanto, em 490 a.C., os persas organizaram uma nova tentativa de invasão. 
Dessa vez, utilizando um contingente com mais de 50 mil soldados, os persas conseguiram dominar diversas cidades da Grécia Continental. Atenas e Esparta foram as duas únicas cidades-Estado que resolveram resistir ao avanço do poderoso exército persa. Sob a liderança de Milcíades, os atenienses organizaram uma ofensiva realizada no exato momento em que os persas desembarcaram na planície de Maratona. Mesmo com um contingente muito menor, os atenienses conseguiram vencer os persas nesta batalha. 
Após essa primeira vitória dos gregos, as tropas atenienses retornaram para sua cidade natal tentando abafar um outro batalhão persa que se dirigia para lá. Mais uma vez, os atenienses conseguiram vencer os persas e, com isso, alcançaram grande prestígio militar entre os povos gregos. Após essas vitórias, o governo ateniense investiu na ampliação do poder naval da cidade e na ampliação do porto do Pireu. Enquanto isso, Dario passou a preparar uma tentativa de invasão ainda maior. 
O rei persa acabou morrendo antes de empreender uma nova ação militar contra os gregos. Essa tarefa acabou sendo assumida pelo seu filho Xerxes, que promoveu uma nova invasão à Grécia no ano de 480 a.C.. Dessa vez, a ofensiva persa contou com o apoio dos cartagineses, que se comprometeram a lutar contra as colônias gregas localizadas no sul da Península Itálica. Em contrapartida, diversas cidades gregas se uniram para a luta contra o Império Persa. 
O primeiro confronto entre persas e gregos ocorreu no desfiladeiro de Termópilas, onde um grupo de soldados espartanos tentou resistir à invasão persa. Mesmo não conseguindo abater seus inimigos, a resistência oferecida pelos espartanos ofereceu tempo hábil para que os militares atenienses pudessem organizar a fuga da população. Após incendiarem uma Atenas completamente abandonada, os persas foram atraídos até o canal de Salamina, onde as forças gregas esperavam derrotar o grande poderio naval dos persas. 
Utilizando de uma ardilosa estratégia de guerra, os gregos conseguiram sucessivas vitórias contra os persas nas batalhas de Salamina, Platéia e Micala. Com essas sucessivas vitórias, os gregos conseguiram impedir a invasão dos persas à Grécia Continental, bem como recuperaram a autonomia política das cidades localizadas na Ásia Menor. Sob a liderança dos atenienses, a Pérsia foi finalmente derrotada com a assinatura do Tratado de Susa, estabelecido em 448 a.C.. 


Por Rainer Sousa
Graduado em História

Equipe Brasil Escola

sexta-feira, 13 de abril de 2012

CANUDOS

Minha introdução

Todo cidadão brasileiro deveria ler um pouco sobre Antonio Conselheiro. Um missionário que permitiu que famílias desprovidas pudessem viver em comunidade, em clima de fraternidade, sem riqueza, mas sem fome. Socialismo na prática existiu, mas a própria história dominada pelo PODER deu conta de rechaçar novas formas de vida no Brasil, no final do século XIX.


História da Guerra de Canudos
A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta durou por quase um ano, até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.
O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam. 
Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de tal forma que jagunços passaram a utilizar-se das mesmas para justificar seus roubos e suas atitudes que em nada condiziam com nenhum tipo de ensinamento religioso; este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos daquela região estavam acostumados a viver. 
Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.
Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na história de nosso país.
Conclusão : Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ( mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc), foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.


Minha conclusão: Na verdade, Antonio Conselheiro era um missionário de cunho socialista. Sua experiência em comunidade referia-se, na verdade, numa provocação ao governo republicano aristocrata e voltado para as elites (como até hoje). Para visar sua prisão, houve uma provocação. Ele foi até uma loja para comprar madeira para viabilizar mais construções de casas. O comerciante disse que não tinha, mas que se ele quisesse, poderia pagar e depois que chegasse, bastava pegar. Na confiança, Conselheiro fez isso, pagou e somente algumas semanas depois voltou para pegar a madeira, levou para Canudos e na sequência, o comerciante alegou "golpe" do missionário, alegando que não havia pago a madeira que havia levado. Esse fato provocou a ida das TROPAS federais para acabar com Canudos.
 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

GUERRA FRIA


É inconcebível qualquer cidadão desconhecer de que forma ocorreu a chamada "guerra fria". Quem não estudou ou não pensa em estudar sobre esse assunto não dispõe de criticidade para compreender o contexto mundial. Hoje vivenciamos a chamada "globalização", fator determinante para a queda do socialismo, crise do capitalismo e o domínio macro e microrregional. Vale a pena estudar e refletir esse conteúdo.

Introdução
A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo.
A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os Estados unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos.
A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e direto entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã.

Paz Armada
Na verdade, uma expressão explica muito bem este período: a existência da Paz Armada. As duas potências envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando exércitos e armamentos em seus territórios e nos países aliados. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo. 
Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os interesses militares dos países membros. A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados Unidos e tinha suas bases nos países membros, principalmente na Europa Ocidental. O Pacto de Varsóvia era comandado pela União Soviética e defendia militarmente os países socialistas.
Alguns países membros da OTAN : Estados Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra, Alemanha Ocidental, França, Suécia, Espanha, BélgicaHolanda,Dinamarca, Áustria e Grécia.
Alguns países membros do Pacto de Varsóvia : URSS, Cuba, ChinaCoréia do NorteRomênia, Alemanha Oriental, Albânia, Tchecoslováquia ePolônia.
Corrida Espacial
EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, com a missão espacial norte-americana.
Caça às Bruxas
Os EUA liderou uma forte política de combate ao comunismo em seu território e no mundo. Usando o cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando o "american way of life". Vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem idéias próximas ao socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegava aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que havia de ruim no planeta.
Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários da KGB faziam os serviços secretos soviéticos.
"Cortina de Ferro"
Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A República Democrática da Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e, portanto, socialista. A República Federal da Alemanha, com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos países capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a guerra : URSS, EUA,França e Inglaterra. No final da década de 1940 é levantado Muro de Berlim, para dividir a cidade em duas partes : uma capitalista e outra socialista. É a vergonhosa "cortina de ferro". 
Plano Marshall e COMECON
As duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países membros. No final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente através de empréstimos, para reconstruir os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o COMECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxílio mútuo entre os países socialistas.
Envolvimentos Indiretos
Guerra da Coréia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coréia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo 38. A Coréia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema capitalista.
Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista. 
Fim da Guerra Fria
A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.

fonte: www.suapesquisa.com/guerrafria/

quinta-feira, 29 de março de 2012

Guerra do Contestado



Introdução


A Guerra do Contestado foi um conflito armado que ocorreu na região Sul do Brasil, entre outubro de 1912 e agosto de 1916. O conflito envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e estadual. Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa territorial entre os estados do Parará e Santa Catarina.

Causas da Guerra

A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por uma empresa norte-americana, com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força política) da região e do governo. Para a construção da estrada de ferro, milhares de família de camponeses perderam suas terras. Este fato, gerou muito desemprego entre os camponeses da região, que ficaram sem terras para trabalhar.

Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande área da região por de um grupo de pessoas ligadas à empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade foi adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de suas terras.

O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do governo.

Participação do monge José Maria

Nesta época, as regiões mais pobres do Brasil eram terreno fértil para o aparecimento de lideranças religiosas de caráter messiânico. Na área do Contestado não foi diferente, pois, diante da crise e insatisfação popular, ganhou força a figura do beato José Maria. Este pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidade justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses sem terras.

Os conflitos

Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.

Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores.

O fim da Guerra 

A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão.

Conclusão

A Guerra do Contestado mostra a forma com que os políticos e os governos tratavam as questões sociais no início da República. Os interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais ficavam sempre acima das necessidades da população mais pobre. Não havia espaço para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação. Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar.