Durante a República
Velha 1889 a 1930, aconteceram revoltas, na sua grande maioria, provocadas por questões políticas, religiosas, misérias, disputas
de terras ou pelo poder.
As principais revoltas
ocorridas nesse período foram:
1 - Revolta da
Armada/Federalista: A chamada Revolta da Armada foi um movimento de
rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra o
governo do marechal Floriano Peixoto, supostamente apoiada pela
oposição monarquista à recente instalação da República
2 - Revolta de Canudos:
A chamada Guerra de Canudos, revolução de Canudos ou insurreição
de Canudos, foi o confronto entre um movimento popular de fundo
sócio-religioso e o Exército da República, que durou de 1896 a
1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado da
Bahia, no Brasil. O episódio foi fruto
de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em
que encontrava a região à época, historicamente caracterizada pela
presença de latifúndios improdutivos, situação essa agravada pela
ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico; pela crença
numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do
sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.
3 - Revolta da Vacina: No inicio do século
XX, a cidade do Rio de Janeiro, como capital da República, apesar de
possuir belos palacetes e casarões, tinha graves problemas urbanos:
rede insuficiente de água e esgoto, coleta de resíduos precária e
cortiços super povoados. Alastravam-se, sobretudo, grandes epidemias de febre amarela, varíola
e peste bubônica. Nesse ambiente proliferavam muitas
doenças tuberculose, o sarampo, o tifo e a hanseníase. Decidido a sanear e
modernizar a cidade, o então presidente da República Rodrigues
Alves (1902-1906) deu plenos poderes ao prefeito Pereira Passos e ao
médico Dr.Oswaldo Cruz para executarem um grande projeto sanitário.
O prefeito pôs em prática uma ampla reforma urbana, que ficou
conhecida como bota abaixo, em razão das demolições dos velhos
prédios e cortiços, que deram lugar a grandes avenidas, edifícios
e jardins. Milhares de pessoas pobres foram desalojadas à força,
sendo obrigadas a morar nos morros e na periferia.
4 - Contestado: A
Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população
cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro
travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em
erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e
de Santa Catarina. Originada nos problemas
sociais, decorrentes principalmente da falta de regularização da
posse de terras, e da insatisfação da população hipossuficiente,
numa região em que a presença do poder público era pífia, o
embate foi agravado ainda pelo fanatismo religioso, expresso pelo
messianismo e pela crença, por parte dos caboclos revoltados, de que
se tratava de uma guerra santa.
5 - Revolta da Chibata:
A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do
Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim
que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de
Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a
liderança do marinheiro João Cândido Felisberto. Na ocasião, mais de
dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos
físicos a eles impostos como punição, ameaçando bombardear a
cidade. Durante os seis dias do motim seis oficiais foram mortos,
entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista
das Neves.
6 - Revolta de 1930: A
Revolução de 1930 foi o movimento armado, liderado pelos estados de
Minas Gerais, ParaíbaRio Grande do Sul, que culminou com o golpe de
Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república
Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do
presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha. Em 1929, lideranças de
São Paulo romperam a aliança com os mineiros, conhecida como
política do café-com-leite, e indicaram o paulista Júlio Prestes
como candidato à presidência da República. Em reação, o
Presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada apoiou
a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio Vargas. Em 1º de março de
1930, houve eleições para presidente da República que deram a
vitória ao candidato governista, que era o presidente do estado de
São Paulo Júlio Prestes. Porém, Júlio Prestes não tomou posse,
em virtude do golpe de estado desencadeado a 3 de outubro de 1930, e
foi exilado.
7 - Revolta
Constitucionalista: A Revolução
Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista,
foi o movimento armado ocorrido no Brasil entre os meses de julho e
outubro de 1932, onde o Estado de São Paulo visava a derrubada do
Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova
constituição para o Brasil. Foi uma resposta
paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia que os
estados gozavam durante a vigência da Constituição de 1891. A
revolução de 1930 impediu a posse do governador de São Paulo Júlio
Prestes na presidência da República e derrubou do poder o
presidente Washington Luís que fora governador de São Paulo de 1920
a 1924. Atualmente, o dia 9 de
julho que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica
mais importante do estado de São Paulo e feriado estadual. Os
paulistas consideram a Revolução de 1932 como sendo o maior
movimento cívico de sua história.